domingo, 19 de agosto de 2012

Projeto: atributos velhos e novos, a descrição mais básica do seu personagem

joan_of_arc_by_dashinvaine-d4nvcozAo falar sobre as Origens em um post passado, esperava ser este o próximo assunto para mostrar do meu projeto doméstico. Contudo, percebi que sem falar antes de como os atributos terão forma, estaria escrevendo sobre algo que os leitores não teriam como avaliar. Assim, estarei aqui revelando um pouco o pé que está o desenvolvimento dos atributos do projeto, uma parte essencial para definir que personagem está em suas mãos.

Sei que em outras oportunidades tive grandes desvios de pensamento sobre a escolha e construção do sistema de atributos do D&D. Partindo da premissa básica, não pude me conter mas levar em consideração algumas das minhas preocupações e indissiocracias para esse sistema. Afinal, porque não aproveitar a oportunidade e partir para uma nova forma de encarar atributos?

O projeto utilizará o mesmo número de atributos do D&D normal, seis. São eles: força, destreza, fortitude, conhecimento, astúcia, carisma. Três deles serão familiares para os veteranos, mas os três restantes merecem uma explicação.

Fortitude entrará no lugar de constituição para cobrir alguns dos problemas que me incomodam com relação ao atributo original. Constituição sempre me pareceu um atributo de utilidade prática limitada, mesmo dando um bônus vital na taxa de sobrevivência do personagem. Como no sistema os dados de vida serão mais importantes que ter PV 35 ou PV 37, uma parte dessa pouca utilidade será irrelevante. O nível, a classe, e outros fatores entrarão como mais importantes para determinar o total de DV do personagem. E de uma vez por toda esses DVs não significarão dano físico. A associação da constituição com a “saúde” física pode ser facilmente diluída na força, por exemplo, enquanto a capacidade de “continuar” apesar de tudo uma característica mais interessante de medir. Força de vontade pode afetar sua capacidade de resistência física, não só sua saúde. A própria palavra fortitude tem como significado um tipo de força de vontade moral, indicando sua conotação mental. Assim, fortitude representa sua resistência geral as intempéries e a imposição de personalidade, assim como a capacidade de impor a sua vontade ao seu redor, afetando várias características diversas, como magia.

Conhecimento, por outro lado, substitui inteligência por uma questão de intepretação.   Afeta basicamente as mesmas coisas que inteligência normalmente faz, como quantas magias o personagem conhece, se é alfabetizado ou não, e a capacidade do personagem de aprender conhecimentos dentro do cenário. Contudo, o personagem com pouco conhecimento não se traduz no personagem agindo com estupidez. Isso é da província única do jogador decidir como interpretará a inteligência do personagem, e mantendo acesa a ideia old school de desafiar o jogador e não o personagem, ele deve usar com perspicácia todos os recursos que tiver a disposição.

O que me leva a minha única incógnita até o momento, astúcia. Esse atributo serviria para substituir o vácuo deixado por sabedoria, principalmente no quesito percepção. Aspectos da sabedoria estariam diluídos nos três atributos mentais. Astúcia seria de suma importância para os ladrões, que além de terem que ter habilidade manual para seu ofício, teriam que estar sempre alertas ao seu ambiente e aos pequenos detalhes. Algumas perícias de ladrões seriam baseadas em astúcia. Mas meu receio é que ele sofra do mesmo mal que a inteligência que substituí, por denotar que com um valor baixo nesse atributo seu personagem estaria condenado a ser interpretado como um tolo desatento. Meu interesse é diminuir a dependência da ficha e dos dados para os jogadores fazerem perguntas e prestarem atenção nas descrições. Ainda em cima do muro aqui, mas enquanto não aparece uma solução melhor…

A principio, estaria usando os bônus que estamos acostumados numa tabelinha, mas durante essa semana uma ideia apareceu e tenho analisado se é viável: e se expandi-se a ideia das vantagens e desvantagens para os próprios atributos. Ao invés de um bônus estático, um personagem forte (por exemplo) teria claramente uma vantagem em relação aos outros para forçar uma porta emperrada. A mesma coisa seria verdadeira para um personagem ágil, que teria vantagem em se defender de um golpe. Ainda estudando as ramificações de tal postura, mas estou convencido que ela pode ser viável. Assim, ficaríamos com uma tabela para atributos dessa forma:

atributos

Essa abordagem levantou várias possibilidades. Primeiro, estabeleceu o que seria a resolução de tarefa padrão: jogue um ou mais dados contra um número alvo e estabeleça se existe vantagem ou desvantagem, superioridade ou inferioridade. Segundo, qualquer novato ao ser apresentado ao seu personagem entende o que os números significam. Terceiro, me permite conceber a resolução independente dos modificadores, os dados são lidos dentro de seu resultado de face. Trocando em miúdos, os resultados seriam restritos aos resultados do próprio dado, evitando coisas como 20+ ou “0 ou menos”. Até o momento isso me parece um avanço. E no fim, caso tudo de errado, sempre posso voltar ao modelo padrão dos modificadores de atributo.

Deixe os comentários, eles são sempre bem vindos.

(Já recebi o material do D&D next liberado na terça-feira, mas como não tive a oportunidade de lê-los, farei um post a respeito assim que tiver a oportunidade.)

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